segunda-feira, 27 de julho de 2009

Daniel Bernardinelli - Projeto Neon Marginal





Finalmente temos aqui conosco o Daniel Bernardinelli e antes de perdermos tempo, se você quiser clicar no nome do rapaz de 26 anos de São Bernardo do Campo, clique e veja o release de seu Projeto que se chama Neon Marginal.

Fizemos (eu e minhas outras personalidades) uma entrevista com o Daniel, que muito simpático respondeu com paciência, hahaha. Afinal, eu poderia ter feito o resumo de seu release, né Dan? HAHAHAHAH Mas eu não gosto de coisa prontinha, assim fica mais espontâneo e menos quadrado, e já que o tema é a marginalidade, não poderíamos nos encaixar melhor!

Daniel, por quê você começou a fotografar placas de neon e de chamar o trabalho de marginal?

r: Os neons sempre me chamaram a atenção e depois da regulamentacao da lei cidade limpa,
alguns começaram a ser retirados...pensando nessa "extinção" comecei a pesquisar sobre
o neon e buscar algumas referências... como por exemplo o trabalho o Tony de Marco (SP no Logo) e Kleber Matheus (Neo Ornamental) o nome, veio de uma frase do Tomas Farkas, um dos pioneiros da moderna fotografia brasileira, que dizia que era meio marginal pra essas coisas de cinema e fotografia, nao era nem amador e nem profissional...aí esse "marginal" era a palavra que faltava pois nao sou fotografo profissional (nunca fiz curso) e também nao sou artista visual
(pelo menos até entao nao me considerava) Marginal por estar à margem, ribeirinho.
Mas também poderia ser de bandoleiro, fora da lei, assim caracterizado pela Lei Cidade Limpa.

"A rua Augusta é a minha Champs-Élysées"



Conta um pouco como quando você começou, e não sabia ainda direito as técnicas, você fazia alguma gambiarra com luz, ou quem te ajudou ou te influenciou bastante nisso?

r: Eu não tinha uma camera legal, aí fui pesquisar lá na 7 de abril, falava com os vendedores de
loja de foto, batia papo, pedia dica e as vezes era até chato... rs. Comprei uma semi profissional
e comecei, sem muita pretensão...Ia chegando meio timido, ia fotografando, fazendo uns estudos,
uns testes na Augusta aí fui conversando com fotografos, pegando dica e tal...e assim foi acontecendo...Quando vi, já era um projeto, já estava envolvido e fiz uma exposição no museu de santo andré...Aí comprei uma camera "melhor" com lente e tal, e até hora fico me escondendo atrás de postes tentando não ser notado... As vezes é perigoso... rs Então fico as vezes escondido pq o segurança da boate é amigo da polícia, puta não gosta de foto, todo mundo olha com cara de jornalismo investigativo, de denuncismo. Aí as vezes eu faço escondido... depois chego mais perto e troco uma idéia, digo q é um trabalho de arte (mas a maioria num entende e nem quer saber) alguns deixam na boa, os que não deixam eu acabo ficando só com as fotos que tinha feito de longe, sem ser notado... rs e isso é um pouco do lado marginal, no outro sentido... rs.

O Daniel como vocês puderam perceber, fotografa fachadas que ainda não foram extintas (será que agora já foram?), fazendo uma preservação do histórico urbano da cidade de São Paulo. Muitos eu reconheci, pois muitas foram tiradas na Vila Madalena que é onde eu moro e na Augusta, onde eu frequento (huuuuuuuuuuuuuum, sei....).

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